É mais fácil se diminuir.

mas não é o único caminho

A gente tem um talento especial para se diminuir. Sabe aquela voz que sussurra no ouvido que você não é bom o suficiente? Que poderia ter feito melhor? Que talvez nem devesse tentar? Pois é, ela é rápida, eficiente e sempre disponível. Não precisa de convite, não marca horário. Chega de mansinho, como quem não quer nada, e em dois segundos já está lá, ocupando espaço na sua cabeça.

É estranho como a gente se acostuma com isso. Como se fosse normal, sabe? A gente aprende a conviver com a autocrítica exagerada, com a sensação de que nunca é o bastante. E o pior: a gente acredita. Acredita que é pequeno, que não merece, que não vai conseguir.

Mas, aqui vai um segredo: essa voz não manda. Ela é só uma convidada barulhenta, que insiste em falar mais alto do que deveria. E, sim, é mais fácil ouvi-la. É mais fácil concordar, abaixar a cabeça e seguir achando que não dá. Porque tentar, arriscar, se permitir errar e ainda assim seguir em frente... isso dá trabalho.

Só que, olha só, você não precisa ser herói todo dia. Não precisa acordar com a autoestima lá em cima, cheio de frases prontas e sorriso no rosto. Pode ser simples. Pode ser um passo de cada vez. Pode ser só parar por um instante e pensar: “Ei, será que eu não estou sendo duro demais comigo mesmo?”.

Porque, no fim das contas, a gente merece um pouco mais de gentileza. Merece olhar no espelho e não se cobrar tanto. Merece tentar, falhar, tentar de novo e, quem sabe, até se surpreender.

Então, se hoje você se pegou se diminuindo, tudo bem. Só não deixa essa voz ficar com a palavra final.