Guerreira não é elogio.
Se ser forte significa viver em guerra constante, então, desculpa, prefiro a leveza de não lutar por nada que me tire a paz.
Por muito tempo, eu tive medo de que a prosperidade me encontrasse de verdade. Não porque eu não quisesse, mas porque aprendi que, para conquistar qualquer coisa, precisava ser difícil, precisava doer. Então, quando as coisas começaram a fluir, me peguei pensando:
Será que tá certo isso? Não tá fácil demais?
A real é que mulheres como eu foram ensinadas que valor de verdade vem da luta, do sacrifício. Que só é válido se for sofrido. E quando as coisas não vêm com dor, rola aquela sensação estranha de que tá faltando alguma coisa.
Eu sempre fui inquieta, resoluta, achando que meu valor tava em resolver os problemas mais cabeludos, em provar para o mundo que eu conseguia. Que eu dava conta. Só que a vida, aos poucos, foi me mostrando que não precisa ser assim. Que nem tudo precisa vir no grito ou na resistência.
Talvez seja hora de aprender a escolher caminhos mais leves, de entender que tá tudo bem descansar.
Tá tudo bem guardar as armas, baixar as defesas e aceitar que a suavidade também pode ser um lugar poderoso.
E, por favor, não me chame de guerreira como se fosse um elogio.
Eu não quero mais esse peso. Quero a sombra e a água fresca, quero ser alguém que descansa, que se cuida, que vive em paz. Porque eu tô aprendendo que grandeza de verdade tá em me permitir ser leve, em me nutrir de forma genuína, sem culpa.
Hoje, quero só abrir espaço para as coisas boas chegarem, do jeito que têm que chegar.
Isso, pra mim, já é uma baita vitória.
“aceitar que a suavidade também pode ser lugar poderoso” - isso aqui me tocou muito❤️🔥
É isso.